segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Resenha: Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, de Bejamin Alire Sáenz


Regular
Editora: Seguinte
Páginas: 390

Sinopse: Dante sabe nadar. Ari não. Dante é articulado e confiante. Ari tem dificuldade com as palavras e duvida de si mesmo. Dante é apaixonado por poesia e arte. Ari se perde em pensamentos sobre seu irmão mais velho, que está na prisão.

Um garoto como Dante, com um jeito tão único de ver o mundo, deveria ser a última pessoa capaz de romper as barreiras que Ari construiu em volta de si. Mas quando os dois se conhecem, logo surge uma forte ligação. Eles compartilham livros, pensamentos, sonhos, risadas - e começam a redefinir seus próprios mundos. Assim, descobrem que o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do Universo.



Terminei o livro agora mesmo. E sinceramente, fiquei totalmente dividido e confuso. Não é um livro ruim, mas quase não há aspectos que o tornem memorável, a meu ver. E o final... gente, acho que foi a coisa mais inverossímil que já li na minha vida, é sério. Criei tantas expectativas com a história que é até difícil escrever essa resenha.

Uma das coisas que mais me incomodaram foi o modo como o autor escreveu seus diálogos. Não sei se quem leu reparou, mas há muitas vezes (muitas MESMO) em que os personagens riem ou acham algo engraçado sem ter o menor sentido. Isso me irritou profundamente. Em alguns momentos que exigiam tristeza, comoção ou que ao menos não eram engraçados, eu lia coisas do tipo "Dante riu sem parar", "meu pai sorriu", "nós dois rimos por um bom tempo" e etc. e tal. Tinha momentos em que eu deixava o livro de lado porque simplesmente não conseguia imaginar alguém se comportando assim na vida real. Lógico, somos seres humanos, às vezes rimos sem motivo, mas nesse livro teve tanto riso desnecessário. Acho que o autor pensou que com isso daria um tom mais adolescente à história, mas pra mim só serviu pra perder a credibilidade.

A rapidez com que tudo acontece também me deixou desconfortável. Tive a impressão de que a construção da amizade entre Dante e Aristóteles foi muito apressada e faltou profundidade. É certo que ao longo do enredo a relação vai ficando mais crível, porém o início foi conturbado e muito "jogado", por assim dizer, pecando com a falta de detalhes.

Mas o livro também me agradou em certos aspectos. Aristóteles me convenceu como adolescente confuso. A cabeça dele é realmente um lugar a ser explorado, seus pensamentos foram bem reais e interessantes. A história com a família e as tais "guerras internas particulares" foi bem bonita e os pais dele são os seres mais fofos do mundo. Cada um com seus problemas, com sua história. Os pais do Dante também foram bem caracterizados, deviam ter aparecido um pouco mais, mas entendo por conta da subjetividade da primeira pessoa. As amigas do Ari, Susie e Gina, tiveram uma relação interessante com ele, porém muito curta. Senti falta de um final pra elas. Em certo ponto do livro, as duas parecem ficar importantes, porém no final nem aparecem mais e perdem toda a relevância. Uma pena.

Não vou falar do final pra não dar spoilers. Mas que foi ruim, isso é inegável, na minha opinião. Foi a melhor definição da expressão "história pra boi dormir", porque não me convenceu nadinha. Como um todo, o livro apresenta várias falhas e incoerências, é uma obra bem regular.

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