sexta-feira, 4 de julho de 2014

Resenha: O Menino do Pijama Listrado, de John Boyne


Bom
Editora: Seguinte
Páginas: 186
Tradutor(a): Augusto Pacheco Calil


Sinopse: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.

Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.



***
Ok, esse é mais um dos livros que todo mundo diz que é triste e etc. mas eu não acho tããão triste assim (quer dizer, triste até que é, mas não a ponto de me emocionar). O que acontece é que o tema (nazismo) é pesado, realmente, mas é ele que faz tudo ficar triste, não o livro em si. Entende?


Mesmo assim, John Boyne consegue fazer com que nós mergulhemos na história e vivamos com Bruno (o protagonista) ao decorrer de seus dias na sua "casa nova". A escrita dele é bastante leve e fluida, às vezes até um pouco poética, fazendo uso de repetições e outros recursos. Os capítulos são bem rápidos de se ler, e quando você nota, já está quase no fim.

Só que eu confesso que a primeira metade do livro foi extremamente chata e sem emoção. Eu fiquei bastante animado com o primeiro capítulo, só que depois do segundo a história vai ficando cada vez mais enfadonha e repetitiva a ponto de você odiar Bruno. Sério, o garoto reclama de dois em dois parágrafos que não gosta da casa nova, que quer voltar pra Berlim e blablablá e fica só nisso até mais ou menos a página 90.

Felizmente, daí pra frente as coisas melhoram de novo e a situação do Bruno vai ficando delicada. O livro deixa de ser sobre uma criança mimada e reclamona e passa a adquirir um tom mais perigoso, doloroso e chocante. Percebemos a gigantesca influência dos pais na vida das crianças e como eles nem sempre os levam para um bom caminho: Bruno vê o pai como um líder digno, respeitoso e honrado, quando não é exatamente esse o caso.

Enfim, O Menino do Pijama Listrado é uma boa obra sobre nazismo, mesmo com suas pequenas falhas. Vale a pena ler se você não é acostumado com o gênero, mas não é muito recomendado se estiver procurando algo mais elaborado.

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