terça-feira, 10 de junho de 2014

Resenha: Carrie, a Estranha, de Stephen King


Bom
Editora: Suma de Letras
Páginas: 199
Tradutor(a): Adalgisa Campos da Silva

Sinopse: Carrie é uma adolescente tímida e solitária. Aos 16 anos, não pode viver os prazeres e as descobertas dos jovens de sua idade. Dominada pela mãe, uma fanática religiosa que reprime qualquer manifestação de vida, Carrie acredita que tudo é pecado. Viver é enfrentar, a cada dia, o terrível peso da culpa.

Para os colegas de escola, até mesmo para os professores, ela é uma menina estranha, incapaz de conviver com os demais. Dia a dia mais isolada, sofre com as piadas maldosas e o deboche. No entanto, há um segredo por trás de sua aparência frágil: Carrie tem poderes sobrenaturais, e com a simples força do pensamento é capaz de mover objetos. Esse é o seu jogo particular, duramente reprimido como tudo mais em sua vida.

No fatídico dia de sua formatura, um ato de bondade ofereceu a Carrie uma outra forma de enxergar a si mesma. Porém, outro ato - de absoluta crueldade - provocou uma irremediável reviravolta e transformou seu jogo secreto em uma arma de horror e destruição. Chegou a hora do acerto de contas.

Carrie, a estranha é um dos maiores clássicos de terror da literatura contemporânea e um dos mais aclamados livros de Stephen King.

***

Eu nunca tinha lido um livro do Stephen King, mas já fazia algum tempo que eu estava querendo saber o porquê de ele ser considerado tão incrível por uma legião de leitores. Enfim, cheguei na livraria da minha cidade e comprei nada menos que Carrie, A Estranha, o primeiro romance dele.

Eu já sabia mais ou menos do que tratava a história. Quando as versões mais velhas da adaptação para filme passavam no SBT, eu via os comerciais e etc, e sabia que era sobre uma garota que surtava na noite do baile, toda suja de sangue, e saía quebrando tudo ashuashua. Mas o livro é muito mais que isso.

Na minha perspectiva, Carrie não foi um terrorzinho forçado como eu pensei que seria. Na verdade, sendo sincero, eu não senti muito medo lendo esse livro (não que não tenha suas partes mais chocantes), mas é que eu gostei dele mesmo assim. É uma história bastante triste e depressiva (e um pouco macabra), e que apresenta personagens bem construídos e definidos.

Tudo é contado de um jeito diferente: ora pelo ponto de vista da Carrie, ora pelo de Sue, ora pelo de Chris, ora até por entrevistas gravadas ou notícias de jornal. Assumo que essa estrutura não me agradou muito. No começo, demorei muito para me acostumar com isso, e fiquei um pouco irritado às vezes em razão da alternância. Mas no final já nem ligava mais.

O começo é bem chatinho, mas o meio e o final compensam (o final, principalmente). Achei que, no começo, a narrativa do King estava meio presa (talvez fosse eu), mas no final do livro estava melhor. Não sei se vocês que leram (ou que vão ler) notaram, mas foi o que eu pensei. Só que isso é compreensível, levando em conta que o romance foi escrito em uma época que não havia Word pra editar texto e coisas do tipo. O próprio autor ressalta, na introdução, que ele não tinha muito dinheiro na época e não podia ficar gastando grana com papéis, por isso ele economizava bastante. Não podia ficar escrevendo e reescrevendo as coisas até que ficassem perfeitas asuashua.

A Carrie é uma protagonista ok. Não é chata, muito menos legal. Mas ela, durante o livro, "desabrocha", mesmo que para um lado ruim, e acaba "melhorando" conforme as páginas passam. A mãe dela foi a personagem mais sombria: Margaret é bizarra, extremista, psicótica e doente. O resto dos personagens está lá para completar, mas mesmo os mais secundários têm uma personalidade bem definida.

Quanto à edição nova da Suma de Letras, com a capa do filme: ficou meio feia. Sério, a capa é muito sem graça! Preferia a antiga, não gostei nada dessa. Fora isso, não há mais nada de muito relevante na edição, mas eu esperava que fosse melhorzinha, levando em conta que o livro é um clássico.

Resumindo, Carrie, A Estranha é uma boa leitura e um ótimo passatempo. Um livro bem escrito, de um autor renomado. Espero ler mais coisas do Stephen King: fiquei com a impressão de que, nessa obra, ele não demonstrou todo o seu potencial. Mas nada que prejudique, é claro. King tem uma infinidade de livros publicados, e Carrie provavelmente é só uma pequena amostra do que o grande rei do terror pode fazer.




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